terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Homem e a Palavra

O homem é a palavra. O mais é circunstância. A história é a palavra. O resto é conseqüência. Por isso a história do homem é a história de sua palavra. É a crônica de sua linguagem. É o cotidiano do possível dizer.
Na Grécia livre de Péricles, o discurso era a palavra. Na Judéia oprimida de Cristo, o discurso era a parábola. Na Idade Média torturada de Galileu, o discurso era o silêncio.
O que é a Bíblia senão a fábula do povo judeu tiranizado sob os salgueiros da Babilônia? O que foi a tragédia grega senão a metáfora da liberdade? E Bernard Shaw roendo a empáfia do império britânico? E Júlio Mesquita, Otávio Frias, Sebastião Nery, Alexandre Garcia, formidáveis editorialistas políticos do Brasil de ontem e de hoje?
Este não é, portanto, um blog descompromissado. É a garganta das pedras.
Menino de fazenda, cedo aprendi que, quando a estrada não dá caminho, toma-se o atalho.
É o jeito de dizer, pela boca dos outros, o tornado indizível, com uma liguagem simples, séria, necessária.
É mostrar a verdade verdadeira, nestes dias de tantas verdades mentirosas.
É a coragem de mostrar a nossa verdadeira política, nossos verdadeiros políticos, sem medo e sem nada a temer. Só a verdade, mesmo que seja inconveniente e não agrade a todos.

2 comentários:

Roberto Bragança disse...

Começou tão bem e parou por aí.
Você deveria saber, já que conhece tão bem a natureza do homem e da palavra, que estandartes da verdade são hipócritas. A linguagem é uma mentira, uma representação. Uma tentativa, que por si só, abandona a realidade para transcender ao outro. É a natureza da comunicação.
Pense duas vezes antes de falar em verdade verdadeira.

Renato Violardi disse...

Caro Roberto, o dizer é democrático, é livre. Não vê em seu caminho, obstáculos que não seja a própria natureza humana de não aceitar, não acreditar. Não quero ser um "estandarte da verdade", só quero dar às pessoas, o básico a que aprendam a pensar por si mesmas. Não sou o dono da verdade, nem por isso posso aceitar a mentira como uma verdade imposta. Gostei de seu comentário e peço que comente sempre...