quinta-feira, 8 de março de 2012

CABREÚVA: HISTÓRIA E MEMÓRIA


O homem é a palavra. O mais é circunstância. A história é a palavra. O resto é conseqüência. Por isso a história do homem é a história de sua palavra. É a crônica de sua linguagem. É o cotidiano do possível dizer.
Na Grécia livre de Péricles, o discurso era a palavra. Na Judéia oprimida de Cristo, o discurso era a parábola. Na Idade Média torturada de Galileu, o discurso era o silêncio.
O que é a Bíblia senão a fábula do povo judeu tiranizado sob os salgueiros da Babilônia? O que foi a tragédia grega senão a metáfora da liberdade? E Bernard Shaw roendo a empáfia do império britânico? 
Este não é, portanto, um espaço descompromissado. É a garganta das pedras.
Menino de fazenda, cedo aprendi que, quando a estrada não dá caminho, toma-se o atalho.
É o jeito de dizer, pela boca dos outros, o tornado indizível, com uma liguagem simples, séria, necessária.
É mostrar a verdade verdadeira, nestes dias de tantas verdades mentirosas.
É a coragem de mostrar a nossa história, nossa gente, sem medo, sem vergonha e com muito orgulho.
Esse não é um espaço meu: é um espaço da nossa história e de nossa memória, contado por muitos que vivem a própria história contada e, por outros, que trazem em suas memórias, a história que pensou-se esquecida ou perdida. Outras, nunca contadas.
Temos então, a partir de agora, um pouco da vida de Cabreúva, retratada por contistas, cronistas e gente como a gente - cabreuvanos que recomeçam a sentir orgulho de serem cabreuvanos.
Renato Violardi
 
CABREÚVA: HISTÓRIA E MEMÓRIA

Início da Colonização de Cabreúva.

Em meados do século XVIII, saíram da Vila de Itu, alguns fazendeiros e suas famílias, atrás de terras, e trouxeram consigo muitos escravos para exploração do outro lado do Rio Tietê.

Entre as famílias destacaram-se, Martins Barros, Martins e Ramos, e Martins de Mello, que seguindo as trilhas deixadas pelos Bandeirantes chegaram numa terra, que chamaram de Piraí.

Nesse local fixou uma família, que demarcou essa terra como sua propriedade para exploração, outras seguiram em frente, na busca de mais terras e também se fixaram, assim surgindo as Fazendas: Barrinha, Campininha, Guaxatuba, Barreiro e outras.

As divisas das fazendas eram demarcadas por valetas abertas pelos escravos. Este tipo de marcação ainda é encontrada em alguns lugares do município.

Baseado nesses dados, podemos considerar que a Fazenda Piraí foi a primeira da colonização ituana no nosso município, e o seu nome originou o bairro e a primeira estrada ligando Itu à Cabreúva.

Waldemar Camargo