quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Opinião dos Líderes

O Brasil para os nossos filhos e netos.
"Sempre me questiono se deixarei para meus filhos e netos um País melhor do que aquele que recebi de meus pais. Receio que, em alguns aspectos, isso não vá ocorrer. É verdade que registramos melhorias nas condições de vida da população brasileira nos últimos anos, mas também vemos a degradação de instituições importantes, como a política, em função dos diversos casos de corrupção que vivenciamos, ou a educação, com uma qualidade de ensino insuficiente para os desafios que temos de enfrentar em um mundo globalizado.
Isso ocorre porque não temos cumprido os deveres que cabem a cada um de nós como cidadãos. Todos nós temos três tipos de responsabilidade. A primeira é a profissional, pela qual temos de exercer nosso trabalho com qualidade e seriedade. A segunda é a responsabilidade de atuar solidariamente em nossa comunidade, procurando desenvolver atividades que ajudem a atender suas necessidades, de forma voluntária.
A última e mais importante é a nossa responsabilidade institucional com o País, ou seja, é a nossa contribuição para que a construção de um Brasil melhor, conceito que abrange, inclusive, nossas atividades do dia a dia. A soma das condutas de todos nós determina o futuro do País.
Portanto, a ação de cada um é essencial para que possamos resolver o atraso institucional que ainda persiste no Brasil. Muitos líderes não têm cumprido suas responsabilidades institucionais, embora devessem estar à frente do processo. Predomina o interesse individual e somente uma pequena parcela deles consegue olhar o País como um todo e ter a real visão sobre o que precisa ser feito.
Para que isso mude é preciso um entendimento entre as principais lideranças políticas, acadêmicas, empresariais, sindicais e sociais. Esses grupos precisam realmente debater e definir uma visão estratégica para o Brasil. Os governantes, por exemplo, precisam alterar sua visão patrimonialista, por meio da qual a sociedade trabalha para servir o Poder Público.
Os congressistas, por sua vez, devem olhar menos para interesses individuais e corporativos e mais para os problemas na Nação. O empresariado, que normalmente tem uma postura individualista, precisa buscar uma maior integração com o setor público, de forma que o crescimento econômico alcance as taxas necessárias para a inclusão de mais pessoas no mercado de trabalho.
Além disso, universidades e setor privado precisam encontrar soluções para que as inovações científicas sejam mais bem aproveitadas em benefício de todos. A ciência deve ser orientada para a promoção do desenvolvimento econômico e social, e não apenas como um fim em si mesmo.
Já as lideranças sindicais precisam ampliar o debate sobre pontos cruciais do mercado de trabalho, como os elevados níveis de informalidade vigentes no País e não incluir novos entraves ao processo, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
Se cada indivíduo orientar seu comportamento tendo em mente suas responsabilidades com o País, tanto nas grandes decisões quanto nas pequenas atividades, poderemos ter uma mudança real no Brasil, gerando mais renda e empregos. Essa é uma tarefa de todos. É preciso, portanto, que cada um pergunte a si mesmo qual é o País que quer deixar para o futuro e o que está fazendo para obtê-lo. Se trabalharmos juntos, cumprindo nossas responsabilidades, podemos alcançar esse objetivo."
Jorge Gerdau Johannpeter Empresário, Presidente do Conselho de Administração da Gerdau
Artigo originalmente publicado no jornal Zero Hora

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"Faltam quadros"

A sucessão de Lula por ele mesmo
Da colunista Mônica Bergamo (Folha de São Paulo):
A coluna pergunta a Lula se ele sabe que o Ibope divulgaria em dois dias pesquisa em que Ciro Gomes (PSB-CE) aparece à frente de Dilma Rousseff (PT-RS). "Eu não sei", diz o presidente. "Eu nem sei se o Ciro e a Dilma são candidatos."
O presidente afirma que "eleição é que nem Campeonato Brasileiro. Não adianta, sabe, ficar dizendo: "Ah! O Corinthians vai ser campeão! O Palmeiras vai ser campeão!". Ninguém sabe [antes de o campeonato terminar]. Tem que ver qual time vai entrar em campo, quem são os jogadores, qual é o banco de reservas. Não adianta ser um grande candidato e ter só 30 segundos de TV, sabe? Vai lá pra baixo [nas pesquisas], não ganha a eleição. A não ser que aconteça como em 1989, quando a TV Globo apoiou o [Fernando] Collor. Aí, ganha".
"Mas, se ganha, não governa", continuou Lula. "Outro dia, eu viajei com o Collor pra Alagoas. E eu perguntei pra ele: "Mas, Collor, como você foi nomear um cara como o João "Bafo de Onça" para o seu ministério [referindo-se a João Santana, nomeado por Collor secretário de Administração], um cara, sabe, que não ganhava nem eleição para diretório do PT?" E o Collor me disse: "Eu não tinha quadros". É isso. Sem quadros, você não governa."
Qual a ligação disso com Cabreúva?
Muito simples: num futuro bastante próximo, com as eleições de 2.012, devemos estar perguntando quem comporá o quadro de secretários e diretores da administração municipal. Hoje, os cidadãos só tem a lamentar a total falta de competência daqueles que deveriam ajudar o prefeito a administrar nossa cidade. E os funcionários públicos, jogados à própria sorte, sem qualquer perspectiva de um plano de carreira adequado.
Será que teremos quadro, em 2.012?

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Será que está na hora de sair de cena?

Texto do blog Infinito Particular, copiado com autorização. Este texto, de autoria do antropólogo Luis Almeida Marins Filho, reflete muito bem minha necessidade, diante do quadro político que encontramos hoje, em nossa Cabreúva.
Divaguem... reflitam... meditem... ou, apenas, passem os olhos por ele.

" Uma das coisas que aprendi com pessoas de extrema sabedoria é saber sair de cena, deixar o palco, sair da roda, mudar de assunto.
Saber o momento exato com que os holofotes fiquem sobre os outros e não sobre você.
No mundo competitivo em que vivemos a sua presença "marcante" pode marcar demais.
A sua idéia "brilhante" pode brilhar demais.
A forma "inovadora" de pensar pode inovar demais.
E nem sempre as pessoas estão dispostas a deixar você brilhar impunimente`.
É hora de sair de cena.
Nem que seja por um tempo.
É preciso fazer os outros pensarem que você desistiu.
É preciso dar a chance das pessoas acharem que você não quer mais estar no palco.
Mas saber sair de cena é uma arte tão importante quanto saber entrar em cena.
Todo ator sabe disso.
Assim, é preciso sair de cena com classe.
É preciso sair de cena com a discrição de um lorde inglês.
Quando as pessoas sentem-se ameaçadas por você e começam a ter respostas agressivas desproporcionais, talvez seja a hora de sair de cena.
Quando você, sem ter desejado ou planejado, começa a aparecer muito na sua área de atuação, ou no seu setor de trabalho, talvez seja a hora de sair de cena por um tempo.
Saber sair de cena é também saber mudar de assunto.
Quando as pessoas vem lhe perguntar, comentar sobre o seu sucesso, sobre seus bens materiais, seu possível enriquecimento, etc, fazendo você falar sobre você - é hora de sair de cena.
Os sábios sabem que você nada ganhará falando de você mesmo para os outros.
Nem bem, nem mal.
Mude de assunto.
Saia de cena.
Não caia nessa armadilha.
Quando o embate se dá com poderosos e você conhece o poder destrutivo desses poderosos, pense bem, antes de entrar nesse combate.
Talvez você ganhe mais saindo de cena.
Deixe a briga de cachorros grandes para grandes cães.
Saiba sair de cena.
Você terá outras oportunidades.
Você ganhará outras batalhas com menos stresse, com menos esforços.
É preciso fazer um grande esforço de sabedoria para saber sair de cena.
É preciso ter uma grande capacidade artística para saber como sair de cena.
Será que temos toda a sabedoria e a arte de saber sair de cena, deixar o palco, mudar de assunto, na hora certa? No momento exato?
Pense nisso!
Sem stresse.
A hora de falar vem sempre depois da hora de ouvir."

sábado, 5 de setembro de 2009

A internet sob censura

Esta postagem foi sugestão do ex-Secretário de Coordenação das Sub-Prefeituras da Cidade de São Paulo, Andrea Mattarazzo, e extraída do jornal O Estado de São Paulo, edição de 04/09/2009, que discorre sobre a fútil pretensão de cercear na rede a propaganda político eleitoral.

"A liberdade intimida os políticos - a liberdade dos outros, bem entendido. Só assim se explica a tentativa dos congressistas brasileiros de cercear a livre expressão ali onde ela é inigualável - a internet. Primeiro na Câmara, agora no Senado, os parlamentares insistiram no absurdo de equiparar, nas regras para as eleições de 2010, sites, blogs e demais formas de comunicação online a emissoras de rádio e TV. A estas, concessões públicas, se aplicam diversas restrições no modo como cobrem uma campanha eleitoral ou promovem debates entre candidatos. Em nome da igualdade de oportunidades eleitorais, as limitações às vezes resvalam para o exagero. Mas não se pode negar que a interferência do poder público é legítima. Já a internet é uma rede cujos fios surgem, multiplicam-se e se entrelaçam sem depender de autorização, licença ou concessão oficial - é a iniciativa particular em estado puro.
Ou, nas palavras do ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no acórdão da decisão do STF que considerou inconstitucional a Lei de Imprensa: 'Silenciando a Constituição quanto ao regime jurídico da internet, não há como se lhe recusar a qualificação de território virtual livremente veiculador de ideias, debate, notícia e tudo o mais que que se contenha no conceito essencial da plenitude de informação jornalística no nosso país.' Essa clamorosa realidade foi ignorada pelos relatores do projeto que regula a campanha de 2010, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Marco Maciel (DEM-PE), nas comissões de Constituição e Justiça e Ciência e Tecnologia, que se reuniram na quarta-feira (02/09/2009) em sessão conjunta e cujos integrantes aprovaram os respectivos pareceres.
Depois a ficha caiu. A votação em plenário, que devia ocorrer em seguida, foi adiada para a próxima semana, por iniciativa do líder tucano Arthur Virgílio, a fim de dar tempo para a apresentação de uma emenda destinada a libertar a internet das restrições válidas para o rádio e a TV...
...A questão de fundo, logo se vê, é a futilidade de submeter a rede a controles atentatórios à liberdade de expressão, como esses de que os políticos querem cercá-la, quanto mais não seja porque a punição aos transgressores é praticamente impossível. Mesmo a retirada do ar de um site, por decisão judicial, não faz desaparecer do sistema os conteúdos considerados ofensivos - que a essa altura já terão se propagado com a rapidez de um vírus. Se assim não fosse, seria simples eliminar da rede o que ela tem de nefasto - a pedofilia, o racismo, a instigação à violência.

Os políticos podem ter um conhecimento rudimentar da realidade virtual, mas são doutores em matéria de proteger os seus interesses. As comissões do Senado pelas quais tramitou a reforma eleitoral mantiveram o dispositivo aprovado na Câmara que autoriza os partidos a receber doações a serem repassadas aos candidatos indicados pelos doadores que permanecerão no anonimato. Isso permite aos partidos e candidatos driblar a exigência de prestar contas de suas campanhas
. Para o presidente do Colégio de Tribunais Regionais Eleitorais, desembargador Alberto Motta Moraes, os partidos encontraram uma forma de 'oficializar as irregularidades'. O senador Eduardo Suplicy bem que tentou emplacar uma emenda banindo as chamadas doações ocultas, mas fracassou. Afinal, como diz a também petista Ideli Salvatti, o arranjo 'evita um constrangimento para as empresas'.