domingo, 6 de novembro de 2011

Henrique Martin

De muitas maneiras, o trabalho de um crítico é fácil. Arriscamos pouco e desfrutamos de uma posição sobre aqueles que oferecem seu trabalho, seu posicionamento político e, a si mesmos, ao nosso julgamento.
Nós prosperamos na crítica política, seja positiva ou negativa, que é divertida de se escrever e ler.
Mas a dura realidade que nós críticos temos de enfrentar é a de que, no todo, um posicionamento medíocre é, provavelmente, mais significativo do que a nossa crítica, que assim o designa.
Mas há vezes em que um crítico realmente arrisca algo e, isto é na descoberta e na defesa do novo.
O mundo geralmente é indelicado com os novos talentos e as novas criações.
O novo precisa de amigos.
Nesses últimos tempos, tenho experimentado, vivenciado algo novo, de uma fonte, para este crítico, excepcionalmente inesperada.
Se dissesse que tanto o novo jeito de enxergar a política como quem me fez enxergá-la, desafiaram meus preconceitos sobre a boa política, eu estaria me contendo.
Esse novo jeito de ver e fazer política me abalou profundamente.
No passado nunca escondi meu desdém sobre a forma populista como se fazia política em nossa Cabreúva.
Mas vejo que só agora realmente compreendo a profundidade do que é o realmente “pensar no povo” e, que o pensar diferente é o caminho para colocar em prática a boa política.
Nem todos podem se tornar um grande líder, mas um grande líder pode vir de qualquer lugar.
É difícil imaginar origens mais humildes do que as do novo líder que hoje comanda a política cabreuvana e, na opinião deste blogueiro e sempre crítico da política é, nada mais, nada menos que a pessoa mais preparada para conduzir nossa cidade a um futuro promissor.
Essa é a vida, com suas inconstantes. A vida que só tem de previsível a sua imprevisibilidade.
São por esses motivos que hoje digo : a Cabreúva do futuro deve ser conduzida por esse jovem político que aprendi a admirar e respeitar – Henrique Martin.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Enfim, um pouco de luz...

Desde os tempos mais remotos a sociedade sempre distinguiu os comportamentos humanos em dois blocos antagônicos: o bem e o mal. As virtudes e os defeitos sempre serviram e, ainda servem, para distinguir o joio do trigo e assim garantir a proteção do próprio grupo social.
Esses comportamentos são indissociáveis do grupamento humano, estando o Estado sempre sujeito aos seus efeitos. Talvez seja por isso que grandes filósofos políticos como Maquiavel, Rousseau e Montesquieu sempre fizeram questão de afirmar que nem todos os homens eram bons e que o Estado sempre estava sujeito a atentados de entes corrompidos.
Com o passar do tempo o homem afastou-se muito dos padrões éticos como a honestidade e a honradez, fazendo com que, ao reverso, se aproximasse demasiadamente de um fenômeno social, chamado corrupção.
A corrupção certamente é o mal que mais aflige a humanidade atualmente e está associada à fragilidade dos padrões éticos da sociedade, refletida principalmente na ética do agente público.
Neste aspecto, preocupante é a constatação da existência da acentuada deformação de caráter em muitos dos que ascendem ou pretendem ascender à administração do interesse público, ou seja, os detentores do poder e seus sucessores.
A solução, ao que consta, depende da mudança cultura, da mudança de mentalidade, que deve partir do maior interessado: o povo e, por estarmos entre eles, de todos nós. A melhor arma para o combate à corrupção é a reprovação popular. “É preciso educar o povo e ensiná-lo a amar o coletivo”, como bem disse Montesquieu.
Faço essa necessária introdução para salientar que, por lado, todos nós nos cansamos de observar que, mesmo tendo tentado extirpar esse mal, nada foi feito em nossa Cabreúva, e por outro lado, aquele que mais tentou, e muitos julgavam derrotado, estará de volta.
O Vereador Oliveira estará retornando à Casa de Leis de nossa cidade.
Depois de suspeitas de um sério problema de saúde que o levou à pedir licença por 120 dias, festivamente aprovado na Câmara Municipal de Cabreúva, com direito a desabafos de alegria dos vereadores da base aliada do prefeito e de alguns jornais do município, numa clara demonstração de desrespeito, calúnias e injúrias, finalmente o Vereador Oliveira se viu recuperado e foi liberado pelos seus médicos.
Acredito que, noites de sono serão raridade entre alguns integrantes do secretariado municipal, assim como à base aliada do prefeito na Câmara. Da mesma forma, Oliveira retorna tirando o sono do candidato, antes opositor, agora sucessor do prefeito, uma vez que, por serem amigos, estarão em posições distintas, pois quem era candidato da oposição ao atual prefeito, em 2008 e se beneficiou do vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=lNarNmbXxGA), amplamente divulgado na internet e resultou em dois processos no Tribunal Superior Eleitoral, hoje é o candidato do próprio prefeito, ou seja, concordando com tudo que o vídeo mostrava: a compra de votos. Oliveira continua sendo oposição  ao mau uso do dinheiro público.
Mesmo afastado por problemas de saúde, Oliveira teve notícias e ligações diárias de Cabreúva, pedindo a sua volta e, continuou atuando, na figura deste blogueiro e seu assessor. Todo o seu trabalho de investigação das contas públicas e da podre mistura do dinheiro público com o interesse privado, seguiam em relatórios freqüentes e, desta vez, quem se surpreendeu foi o próprio Oliveira, ao desaprovar o comportamento de sua suplente que, ao ser empossada, fez da Câmara uma sucursal da entidade de alta classe que representa, tão distante do povo, não se comportando como uma suplente do vereador que investiga gasto públicos, mas como uma suplente perto demais do poder que o vereador Oliveira sempre combateu. A gota d´água para esse retorno foi o desrespeito e descumprimento de um pedido seu, antes de se afastar, resultando na exoneração deste seu assessor, para cumprir um pedido do candidato do prefeito e uma exigência do grupo político do próprio prefeito.
A intenção indireta e escondida desta exoneração, era dar lugar de assessora à esposa do presidente do partido da suplente, estabelecendo assim, a ligação do dinheiro público com a manutenção partidária, fato que jamais seria permitido pelo Vereador Oliveira, defensor intransigente da moralidade e transparência pública.
As noites de muitos que já não mais se preocupavam, não serão tranqüilas pois, em meio às trevas morais e éticas da política cabreuvana, finalmente voltaremos a ter a esperança de um pouco de luz...

domingo, 11 de setembro de 2011

Vade retro, corrupção!

por Josué Gomes da Silva

Foi muito importante para o Brasil a recente atitude de um empresário em Santa Catarina que se recusou a pagar propina a funcionários públicos para facilitar a liberação de obra na região metropolitana de Florianópolis. Entre dois caminhos possíveis, ele escolheu o melhor para a sua empresa e para o país; ainda que, em princípio, o mais difícil. 

O gesto do empresário lembrou-me importante ensinamento de Jesus Cristo no Sermão da Montanha (Mateus, 7: 13-14): "Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ela. Que estreita é a porta e que apertado o caminho que leva para a vida, e que poucos são os que acertam com ela". 
Independentemente da questão religiosa, é inegável a sabedoria contida nas palavras de Cristo. A despeito das dificuldades a serem enfrentadas, devemos optar pelo certo e pelo honesto, rejeitando o errado. É preciso que cada um, em autêntica cruzada, cerre fileira contra a improbidade, a favor da transparência, da eficácia e da correção da gestão nos setores público e privado. 
Afinal de contas, cada ato de corrupção tem dois lados: quem recebe e quem dá. 
Estudo da Transparência Internacional mostra que as nações mais corruptas são as que têm as economias menos competitivas. Em recente relatório da entidade, sobre 2010, 68 países, num universo de 178, estão mais bem colocados do que o Brasil. Precisamos evoluir muito nossa posição, enfrentando com mão firme os corruptos e os corruptores. 
Pagamos impostos para ter saúde, educação, segurança e receber investimentos governamentais, como em saneamento básico e infraestrutura. A corrupção consome parte desses recursos, reduzindo a eficiência dos serviços e das obras, impedindo a tão reclamada racionalização da carga tributária. 
Estimativa apresentada pelo economista Marcos Fernandes da Silva em reportagem da Folha (especial Corrupção, 4/9) concluiu que a corrupção custou ao Brasil o equivalente a uma Bolívia, entre 2002 e 2008. É preocupante. 
A receita fiscal tem crescido de modo expressivo no Brasil, apontam estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Neste ano, pagaremos mais de R$ 1 trilhão em tributos à União, aos Estados e aos municípios. São recursos que, estancada a corrupção, contribuirão em muito para um Brasil melhor e mais desenvolvido. 
Para tornar isso possível, é necessário que todos se pautem pela atitude do empresário catarinense que optou pela porta estreita da ética. Se a sociedade fizer sempre o correto, impediremos que o dinheiro dos impostos se perca no ralo da improbidade.

Folha de São Paulo, 11/09/2011

domingo, 28 de agosto de 2011

Opinião


Extraléxico

por Mary Zaidan

Rapinar, furtar, afanar, depenar, escorchar, saquear, pilhar, surrupiar, bifar, gualdripar, suquir. A língua portuguesa é farta em definições para o verbo roubar. Há palavras para todo tipo de ladroagem. Roubar gado é abigear; furto de coisa pequena é sisar, carchear é rapar o adversário morto em batalha. Roubo pode ser estruncho, ranfo, gaziva.
Mais criativos do que os termos que tipificam o crime de subtrair algo em detrimento de alguém só mesmo as férteis idéias que se multiplicam quando se trata de tungar os cofres públicos. São tantas e tão graves que se tornam inomináveis.
Os mensaleiros, por exemplo, poderiam ser chamados de capiangos, aqueles que roubam com astúcia e destreza. Que, quando pegos, se safam. Mas a complexidade do mensalão não encontra sinônimo em dicionário algum.
Repassar recursos para ONGs fantasmas e falsos patrocínios, como se viu nos ministérios de Turismo e dos Esportes, é mais do que esbulhar. Poderia ser agadanhar, visto o afiado das garras nos desvios. Ainda assim, é pouco.
Nem mesmo o pior dos xingamentos serviria para definir a safadeza da expressão “mudança de escopo”, que garante o sobrepreço de obras. Às vezes para pagar conta devida, outras, para o sublime papel de angariar fundos para o partido. Não raro, para o próprio bolso.
A atitude de parlamentares e ministros que arrastam a asa para empresários amigos, todos eles com gordos contratos no governo, até poderia ser chamada de cresta. Mas é mais do que isso. Voar daqui para acolá de favor nesses jatinhos parece que é só meio crime. Alguns, e só alguns, pagam com a própria cabeça. Os eleitos, nem isso.
O que dizer então do presidente do Congresso Nacional José Sarney, que acha que tem direito de usar um bem público para o prazer privado? Que considera legítimo locupletar?
E que nome dar aos atos da presidente Dilma Rousseff? Aquela que fez e aconteceu. Que degolou três ministros e demitiu quase três dezenas só nos Transportes, que ia combater a corrupção e agora não vai mais. Que, por orientação de seus marqueteiros, usou o apelo popular da faxina ética e abandonou vassouras e escovões ao primeiro sinal de conflito na base de apoio.
Como nominar a cumplicidade com malfeitos do ex Lula, mentor e padrinho da presidente?
Punir, castigar. Poucas são as palavras para indicar o que deveria ser feito com os que roubam, com os corruptos e os corruptores. Menor ainda é a aplicação delas.
Respostas existem, mas o calão dos vocábulos impede o uso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Aprender...

Um Dia Você Aprende...
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança e, começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos radiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais e, descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo; mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve.
Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute,quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se;
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou;
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha;
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes... e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar... se não fosse o medo de tentar.

Willian Shakespeare


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Espaço Aberto


por Renata Vieira

Segundo algumas definições em dicionários, política é a "arte ou ciência de governar", é, também a "arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados".
Partindo desta definição, eu me pergunto, ou melhor, eu lhes pergunto, conseguem ver essa política na nossa cidade de Cabreúva??
Acredito que a maioria dos senhores e senhoras tenham o mesmo pensamento que eu: esse conceito de política não se encaixa à nossa realidade cabreuva.
Pois bem, vejamos uma definição que melhor retrata a nossa realidade: a de politicagem.
Politicagem: 1 - Política ordinária, mesquinha e INTERESSEIRA, 2 - Súcia de maus políticos.
A partir dessa segunda definição, já começamos a nos identificar, não é mesmo?
É triste conviver com essa dura realidade, mas será que somos obrigados a conviver com isso? Com essa politicagem?
As eleições estão chegando e os candidatos aparecendo. Pessoas que elegemos e que nunca mais ouvimos seus nomes.
Agora é a época de fulano e beltrano dizerem que fizeram e fazem TUDO pela cidade, e, a cada cobrança recebida pela população, dizem que já encaminharam ofício, que já falaram com o órgão competente, etc, etc, etc.
Mas analisemos: essa pessoa falava tudo isso antes ou só agora em época de campanha?
Se eles realmente fizeram tanto assim pela cidade, por que será que ninguém consegue enxergar nenhum avança no município?
Pessoas me indagam sobre o que eu vou fazer para mudar essa situação, afinal estou reclamando.
Sim, estou reclamando e continuarei o quanto for necessário, pois essa é a forma que encontrei de exercer meus direitos, exercer minha cidadania, cobrando de nossos representantes o que eles têm o DEVER de fazer.
Um vereador tem tanto poder para fazer a cidade melhorar, mais não vemos nada disso acontecer.
É muito fácil ir na tribuna e falar palavras difíceis, com um discurso ensaiado para o povo acreditar que eles estão fazendo algo, mas quando o assunto é se mobilizar e visar o bem COLETIVO, ninguém se preocupa em fazer nada. O que mais vemos são os famosos "acertos pessoais", onde todos levam vantagens, menos a população.
Ano que vem é ano eleitoral e todos teremos uma arma infalível contra essas atitudes (e também a falta delas), contra a proliferação dessa corrupção: é o nosso VOTO!!!!
Vamos prestar atenção no que acontece à nossa volta. Vamos diferenciar aquele que só sabe fazer propaganda pessoal, daquele que tem conteúdo e competência para administrar uma cidade. Vamos diferenciar aquele que usa uma máscara de bom moço, daquele que é realmente bom de coração e deseja uma Cabreúva melhor!
Vamos escolher os melhores governantes para vermos nossa cidade crescer, se desenvolver e, assim, conquistarmos a qualidade de vida que todos nós sonhamos.
Cabreúva não pode mais esperar, NÓS não podemos mais esperar. A chance de mudarmos está nas nossas mãos. Não jogue seu voto no lixo, não venda seu voto, escolha aquele que é melhor capacitado, que tenha respeito pelo povo e acima de tudo comprometimento com o desenvolvimento do município!!! Exerça seu poder de escolha, exerça sua CIDADANIA!!!
Pense nisso!!!!

http://www.facebook.com/#!/notes/renata-vieira/pol%C3%ADtica/119829064781488

terça-feira, 26 de julho de 2011

A soma e o resto


Assim como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tomo de empréstimo o título de um livro de Henri Lefebvre, escritor francês que rompeu com o Partido Comunista em 1958 e publicou suas razões para tanto neste livro de 1959.
O título do livro de Lefebvre é fabuloso e, fantástico pelo que contém. Dito isso, cabe uma breve explicação, pois é chegado, como na vida de todos nós, um dos muitos momentos para fazer um balanço.
No caso, Lefebvre descontava o que o Partido Comunista lhe tirara, ou ele do mesmo, e via o que sobrava: a experiência dramática das revelações que Kruchev fizera dos horrores stalinistas, somada à invasão da Hungria, provocou uma remexida crítica na intelectualidade europeia, que não deixou de afetar a brasileira.
Hoje, quando completo 41 anos, diante do fato inescapável de que o tempo vai passando e às vezes não deixa pedra sobre pedra, senti certa atração por fazer um balanço, para ver o que resta a fazer e a soma das coisas que andei fazendo.
Mas não se assustem: é apenas um breve relato do esforço de tentar construir algo na vida, com acertos e com erros. Além do que, prefiro olhar para frente a mirar para trás.
Não posso me queixar da vida. Vivi a maior parte do tempo dias alegres, mesmo que muitas vezes tensos. Assim como senti as perdas que fazem parte de sobreviver. Perdi muita gente próxima ou que admirava à distância nestes anos. A perda mais sofrida, sem dúvida, foi a de meu pai.
As perdas, para quem está vivo, são relativas. Aprendi a conviver na memória com as pessoas queridas e mesmo com algumas mais distantes, com as quais “converso” vez por outra no imaginário para reposicionar o que penso ou digo. Tomo em conta o que diriam os que não estão mais por aqui, mas deixaram marcas profundas em mim.
A primeira professora, Francisca; o primeiro diretor, Milton Martins; o primeiro amigo, José Eduardo Marques de Abreu; meus professores, que influenciaram o que me tornei; os conselhos e conversas sobre ética, de Silvio Vidigal; as aulas de história e o descobrimento do fascinante mundo da leitura, pelos amados professores Antoracy e Ana Maria; as Diretas Já!; a marca autoritária do final da ditadura militar (quando meu professor Antoracy foi conduzido ao quartel, em Itu, para ser interrogado); os Caras Pintadas; a sabedoria política daquele que se tornou um grande amigo e uma referência, Dr. Celso Rocha; a primeira campanha política, ao lado de Manuel Barros; a popularidade de Antonio Carlos Mangini; a prática da boa política de Samuel Oliveira; todos aqueles que amo; todos os que me amam; o redescobrir DEUS e a fé, caminho guiado pelo querido Padre Alberto; minha querida Clélia, sinônimo de compreensão e paciência; minha mãe, Maria Violardi, referência de dedicação e amor; a saudade eterna e minha referência de vida – meu pai – Norberto Violardi... tantos e tantas pessoas que guardo no coração e na alma...
Na soma, não cabe dúvida, mantive mais amigos que adversários. Não sinto rancor por ninguém, talvez até por uma característica psicológica, pois esqueço logo as coisas de que não gosto e procuro me lembrar das que gosto e pelas quais tenho apego.
Por fim, para não escrever uma página muito água com açúcar, se me conforta ter tantos amigos e receber deles tanto apoio e se prezo a amizade acima de quase tudo, devo confessar que, no fundo, sou um homo politicus.
Herdado de meu pai, o “pensar no outro”, sempre norteou minha vida. Deixo para trás momentos particulares, meus, únicos, para importar-me com o outro, o próximo. Isso me preenche, me torna vivo. Mas o preço é alto. Desde que meu fabuloso professor de História, Antoracy Tortorello Araújo, enxergou em mim, um ser político, estimulando-me nos movimentos estudantis, primeiro como orador do Grêmio Estudantil do Colégio Regente Feijó, depois como participante do primeiro encontro nacional dos estudantes secundaristas, após o período militar, em 1983 (então com 13 anos de idade!), na cidade de Belo Horizonte – MG, o fato é que participo da história, quase sempre nos bastidores, pois é, como aprendi, o melhor lugar para se observar e viver o espetáculo. Esse olhar por trás e ao lado do desenvolvimento da história contemporânea, credencia-me a aprofundar debates singulares, profundos e filosóficos sobre o cidadão e a cidadania. O fato é que a esta altura da vida estou convencido, sem prejuízo das crenças partidárias e ideológicas, de que cada vez mais, o cidadão está se nos aproximando de uma época na qual ou encontramos alguns pontos de convergência, ou haverá riscos efetivos de rupturas no equilíbrio do tecido social.
Não é o caso de especificar as questões neste momento. Mas cabe deixar uma palavra de advertência e de otimismo: é difícil buscar caminhos que permitam, em alguns temas, uma marcha em comum, mas não é impossível. Tentemos.
Travei vários bons combates e, sempre os venci. Mesmo na derrota, aprendi com as falhas. Conheci muita gente, convivi com grandes homens e mulheres, travei grandes debates. Tomei conhecimento da mediocridade, do abuso do poder, da corrupção do caráter e da alma. Sem medo de errar, busco a convergência, o diálogo e o entendimento. A soma das boas coisas que fiz e que vivi, tiveram um resultado positivo, O resto? Ainda está por vir, pois foram 41 anos, até agora. Espero que se multiplique, vivendo o hoje e o amanhã, um dia de cada vez.
Guardarei as armas do interesse pessoal, partidário ou mesmo do egoísmo sempre que vislumbrar uma estratégia de convergência que permita dias melhores no futuro. Com confiança e determinação, eles poderão vir. Eles hão de vir...

domingo, 24 de julho de 2011

O papel moral do jornalismo

A política brasileira passa por um daqueles momentos em que torna o seu ar pouco respirável. As denúncias de corrupção avolumam-se em todas as esferas da Federação e em todos os Poderes. Políticos e altos funcionários, ou seus parentes, enriquecem da noite para o dia. Licitações milionárias são fraudadas e recursos, desviados. Uns admitem, publicamente, que usam a passagem por cargos governamentais para traficar informações privilegiadas. Outros, sem nenhum rubor, afirmam que fazem caixa 2 e que "todo político faz". O clientelismo (troca de apoio por cargos), uma forma clara de corrupção política, adquiriu status de plena normalidade. Em vários setores do Estado - do município à União - existem quadrilhas incrustadas, desviando recursos, exigindo propinas. Agentes da lei e da fiscalização achacam por toda parte.
Em contrapartida, o Ministério Público, um baluarte da conquista redemocratizadora, parece acanhado e contido. A Política Federal, hiperativa nos últimos anos contra a corrupção, o narcotráfico e o crime organizado, foi reduzida quase à inatividade na atual gestão do Ministério da Justiça. Houve um claro desinvestimento nos avanços que a política nacional de segurança pública havia alcançado. Alguns ministros de tribunais superiores parecem ser agentes do Executivo e do Legislativo no Judiciário. A separação e o mútuo controle dos Poderes da República praticamente não existem. Os órgãos de fiscalização e controle do Estado em relação à sociedade, aos agentes econômicos e aos agentes públicos ou não têm estrutura suficiente ou são inertes, quando não coniventes com a ilegalidade. Justiça e permissividade são quase termos sinônimos no Brasil. Por mais assustador que seja o assalto ao bem público, quase ninguém é punido.
Esse estado de coisas não é novo e decorre de várias deficiências da nossa formação histórica. De um lado, tivemos raros espasmos de cidadania e formação social ascendentes. O Estado, quase sempre dominado por interesses particularistas, foi o fautor da sociedade. Patrimonialismo, ineficácia da lei e impunidade constituem um triângulo amoroso desde longa data. Na política, os partidos nunca assumiram o paradigma de que as virtudes cívicas republicanas - entendidas como preeminência do bem e do interesse público, liberdade, igualdade, participação política e combate à corrupção - deveriam constituir-se na essência da ação. Nesse particular, temos uma grave falha no jogo governo versus oposição, inerente ao sistema republicano.
Em primeiro lugar, porque os partidos que ascendem ao poder, por não possuírem a ideologia das virtudes cívicas republicanas, terminam por governar segundo a lógica dos interesses e dos grupos privados. Em segundo lugar, a oposição, por também não agir a partir desse mesmo paradigma, não cumpre a sua função precípua. Qual seja: a oposição, por ser oposição, deveria, por dever de ofício, fiscalizar, denunciar e cobrar o governo naquilo que ele tem de insuficiente, mal feito e corrupto. Toda oposição que cumpre a sua função se torna virtuosa, porta-voz da opinião pública que quer moralidade política na conduta dos governantes. Para que essa função possa ser cumprida a oposição precisa ter legitimidade, que decorre da coerência de sua ação com paradigma da virtude cívica.
O fato é que os partidos não agem para se elevarem à condição universalizante visando a estabelecer a sua identidade com o interesse público e, portanto, com o Estado. A prática do clientelismo político e da corrupção perfaz o caminho inverso: degrada o Estado, identificando-o com os interesses particulares.
Nesse grave contexto de pardidez e de indiferenciação política, o que sobra é a imprensa como cumpridora da função da virtude cívica. O problema aqui não se resume ao cumprimento dos códigos de ética do jornalismo. Todos sabem que por detrás do jornalismo existem empresas privadas com seus interesses particulares. Para que a eficácia empresarial do lucro se realize o interesse da empresa precisa ser mediado pelo interesse do público no contexto da informação. Mas, no caso do jornalismo político, o interesse do público se confunde com o interesse público. Dada a existência das particularidades partidárias e da diversidade social, a imparcialidade da informação é condição de credibilidade do jornalismo político e de eficácia da empresa de mídia em seus objetivos. Quanto mais livre e pluralista for a imprensa, mais tendente será à imparcialidade, à independência, à objetividade e à responsabilidade, constrangida pelo princípio da concorrência. Uma empresa que fixar sua linha editorial no denuncismo e na parcialidade pagará seu preço, pois o consumidor da informação perceberá que ela distorce o conteúdo da realidade informada.
Para além dessas questões teóricas, a evidência empírica das últimas décadas mostra que, de modo geral, a imprensa vem cumprindo bem a função de zelar pela moralidade pública. Quase todas as denúncias publicadas resistiram às contraprovas e comprovaram a sua pertinência. Os governantes, a oposição e a Justiça, se fazem alguma coisa, é a reboque da imprensa.

Aldo Fornazieri - O Estado de S.Paulo - 23/07/2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Cidadania é praticada com o Voto Consciente

Texto de Patrícia de Souza
http://patycidadania.blogspot.com

Participei da Audiência Pública para a Discussão da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias),  que inclui despesas de capital para o exercício financeiro subsequênte, abordando também assuntos como alterações tributárias, gastos com pessoal, política fiscal e transferências da União. Num momento tão importante, observei a ausência da população e Secretários. Naquele dia meu o sentimento foi de consternação mas, ao mesmo tempo reflexão, várias perguntas nortearam o meu pensamento. Será que os governantes caíram tanto no descrédito a ponto de não atrair o interesse na população por assuntos que atingem diretamente o dia a dia de cada um? Será que é preciso educar desde pequeno, colocando como matéria obrigatória em sala de aula, para despertar a importância sobre a gestão pública? Será que somente eleger o candidato e não acompanhar o desenvolvimento do seu trabalho é o que tem que ser feito? Não devemos ficar apenas como expectadores: a participação dos munícipes é de suma importância e pode ser exercida questionando, mostrando e denunciando os atos ou negligências praticadas por aqueles que se propuseram a ser Representantes Populares, afinal as decisões equivocadas ou mal intencionadas tomadas por eles afetará setores como saúde, segurança, educação, sendo refletido diretamente na qualidade de vida das pessoas que moram na cidade. Somos todos responsáveis pelo mundo em que vivemos, então é dever de cada cidadão ser um agente de transformação -  nada vai mudar se a sociedade não mobilizar-se. 
No próximo ano teremos eleições para prefeito e vereadores. Não podemos ser levados pelo marketing político: desconfie de candidatos que prometem muito, mas não transmitem clareza nas metas para a realização de projetos e, observe também, a viabilidade de ser executado. 
Entender a importância do voto no exercício da cidadania é a melhor maneira de mudarmos a situação atual de nossa sociedade, pois em nossas mãos e consciência está o direito de termos um futuro melhor. São apenas 2 minutos para votar e 4 anos para conviver com o resultado, positivo ou negativo, da própria escolha. Devemos lutar pelos nossos ideais. Ficando indiferente à política, damos oportunidade ao crescimento do mau uso do dinheiro público, gerando a corrupção.
Podemos nos engajar para mudar o que está à nossa volta. Para que isso aconteça, é só darmos o primeiro passo. Quando criança foi assim que começou.... um passo aqui, outro ali..... até que eles se fortaleceram e aprendemos a andar. Na política também é assim. Antes de achar que é difícil demais, tente. Agindo assim verá quantas pessoas pensam como você, e da mesma forma estão sedentas de uma política honesta, séria e transparente como deve ser o trato com a coisa pública.

Publicado no Jornal A Verdade www.jvregional.com.br/Publicações/Cabreúva-Itupeva.

sábado, 2 de julho de 2011

Mude

Mude 
Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.

Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama.
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais,
leia outros livros,
Viva outros romances!

Não faça do hábito um estilo de vida.

Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.
Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado,
outra marca de sabonete,
outro creme dental.
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes. 
Troque de bolsa,
de carteira,
de malas.
Troque de carro.
Compre novos óculos,
escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
Arrume um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as
.

Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.

Só o que está morto não muda!

Edson Marques.
 

Sobre o autor:Edson Marques formado em Filosofia pela USP, é um escritor e poeta brasileiro. Participou da fundação da Ordem Nacional dos Escritores e foi o vencedor do prêmio Cervantes/Ibéria, no ano de 1993

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Associação dos Amigos do Comércio de Cabreúva (A.A.C.C) "Uma nova força para o Comércio e o Turismo do nosso Centro Histórico"

Nós da Associação dos Amigos do Comércio de Cabreúva (AACC), juntos desde outubro de 2010, temos como objetivo buscar o desenvolvimento das atividades de comércio e turismo em Cabreúva.

Nossa filosofia é o trabalho, o comprometimento e o resgate do orgulho de morar e viver em Cabreúva, de ser cabreuvano. Para isso, é necessário ter qualidade de vida.

Resolvemos, então, contribuir para que isso possa acontecer. Queremos estar juntos no crescimento da cidade, mas nos preocupamos, também, com o desenvolvimento, que deve ser autosustentável e social, atingindo a todos.

Como primeiro passo nessa direção, estamos incentivando o segmento de artesanato, dando prioridade aos artesãos locais, numa parceria para a criação de um evento onde poderão expor e vender seus trabalhos, valorizando o que é nosso e, ao mesmo tempo, mudando a rotina do centro do município, oferecendo ao turista, que vem à Cabreúva, um atrativo, que esperamos, permanente. Assim, através da "1ª Feira de Artesanato", que contará também com a tradicional Banda São Roque, e o talentoso Núcleo Artes Físico de Teatro. Com essa contribuição, queremos resgatar a família na praça e mostrar a real vocação do centro da cidade de Cabreúva.

terça-feira, 21 de junho de 2011

É preciso se comprometer...


Revolução: do it!
por Jaqueline Defendi Rosa

para o Amnésia, em 17 de junho de 2010, pós audiência pública para discussão do orçamento do município de Cabreúva para o ano de 2012.

Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, aguenta

Prezados senhores,

Venho através deste apresentar a vossas senhorias meu profundo e incurável desagrado em relação a dois pensamentos: o de que nada do que fizermos fará diferença positiva na nossa realidade e o de que nada há para ser feito.

Se sujou, cai fora
Se dá pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora

Explico: o pessimismo conformado que nada muda, nada transforma, nada questiona, nada crê e nada tenta, para mim, só tem uma explicação: a de que o grau de satisfação com as circunstâncias está em algum lugar acima de cinco, numa escala de zero a dez. É satistatório. Está tudo bem.

Segundo: os estagnados, que sequer respirariam se não fossem biologicamente obrigados, não tem, de forma alguma, sob nenhum prisma, o direito de reclamarem. Esse direito cabe àqueles que trabalham para que algo aconteça, que reclamam, planejam, agem e transformam.

Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite

Posto isso, quero deixar clara duas verdades, observem bem, que me seduzem e me orientam. Verdade número um: nós, seres humanos, seres racionais e tecnicamente dotados de inteligência, somos os responsáveis pela construção do meio em que vivemos. Se a qualidade desse meio é ou não adequada, a culpa ou o mérito é nosso, que o construímos certo ou errado. Verdade número dois: a esperança é última que morre e, quando ela morrer, será fato consumado a morte de todos nós.

Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance

Somos os verdadeiros donos do poder. Se somos nós quem votamos, somos nós quem damos nosso poder a alguém, que contratamos um ou outro para nos representar. Dessa mesma forma, poderíamos nós demití-los ao fim do contrato. E isso é um fato. Se não estivermos satisfeitos com nosso vereador, nosso prefeito, nosso secretário, nossa domédtica, nossa professora de inglês, nosso motorista: vamos demitir. Por um mais interessado e competente no lugar. Ou vai dizer que você não mandaria às favas sua empregada se ela dormisse e/ou usasse seu telefone o dia todo ao invés de fazer a faxina??

Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre

Acredito que, do mesmo modo que podemos ensinar crianças a não jogarem papéis no chão e a não desperdiçarem água, podemos ensiná-las valores como ética, honra, respeito, justiça, honestidade. Com três anos meu irmão aprendeu o que era solidariedade. Repetia pra todo mundo. Mas ele não aprendeu sozinho: a família precisou ensinar. E é assim que funciona. Bons valores devem ser transmitidos.

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure


Cada um de nós, aprendi na igreja, tem uma missão. Gosto de pensar de a missão de todo mundo é partir e deixar para os que ficam um mundo um bocadinho melhor. Nem que seja só com a sua ausência.

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele

E, acima de tudo, nunca desistir, nunca se submeter. Nunca abaixar a cabeça perante uma injustiça, nunca calar perante o mal. O mal acontece graças ao silêncio dos bons! Não devemos permitir que nossa história seja escrita toda torta sem a nossa permissão. Não podemos conscentir que acabem com o nosso país nem nos fingir de cegos . Não podemos nos afastar de nossas responsabilidades, dos nossos deveres, das nossas obrigações.

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta!

Devemos nos livrar da praga antes que ela mate toda a plantação. Temos que cultivar o bem, os bons principios, a moral. Eu acredito que é possível construirmos, juntos, um bairro melhor, uma cidade melhor. Não sonho em mudar o mundo, mas em transformar o meu mundo! O meu cantinho, a minha rua, a do lado e a outra e a outra e a outra...

E, devagarzinho, um passinho de cada vez, podemos ir longe...

Jaqueline Defendi Rosa nasceu em vinte e três de outubro de mil novecentos e noventa e dois, sob signo de Escorpião e regência do ex-planeta Plutão, na cidade de Cabreúva, interior de São Paulo. É estudante de Jornalismo da Faculdade de Comunicação e Artes do CEUNSP e segunda secretária da Associação de Moradores do Vale Verde.
Escreve, entre outros lugares, no blog Amnésia http://amns2ia.blogspot.com/

domingo, 12 de junho de 2011

"A obra de arte tem de ser imperfeita"


TEXTO PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA TERÇA-FEIRA
por Arnaldo Jabor
Jornal "O Estado de São Paulo", terça-feira, 07 de junho de 2011 
Outro dia, o Nelson Rodrigues baixou em mim. De vez em quando, eu o psicografo. É impressionante como escrevo rápido quando o espírito de Nelson me toma. Escrevo com a liberdade de não ser “eu”. Talvez seja por isso que F. Pessoa inventou heterônimos para se sentir livre da cangalha do “eu”.
Muitos jovens me perguntam: “Afinal, quem foi o Nelson?”
Não sabem direito. Ficou apenas a vaga lenda de “pornográfico” ou até de “fascista” por ter puxado o saco do ditador Médici (lembram?) para tirar seu filho da prisão. Não conseguiu, mas ganhou a pecha “de direita” por ter criticado futuros mensaleiros e pelegos, os “marxistas de galinheiro”, como ele os chamava, pois intuiu claramente, na época, que a ideologia que “absolve e justifica os canalhas” era apenas o ópio dos intelectuais.
Eu mesmo sofri por causa dele. Em 1973, ousei filmar Toda Nudez Será Castigada e dei uma entrevista na Veja em que dizia que “fascismo é amplo: existe fascista de direita e de esquerda também”. Pra quê? Os patrulheiros ideológicos mandaram um manifesto ao Jornal do Brasil, onde me esculhambavam indiretamente, dizendo que o sucesso imenso que o filme fazia “não era a missão política do cinema novo”. Foi das grandes dores que senti, pois até amigos assinaram o maldito texto, que só não foi publicado porque, um dia antes, os generais tiraram o filme de cartaz, com soldados de metralhadora, levando as cópias dos cinemas porque, dizia o chefe da Censura: “Ele faz apologia do homossexualismo…”
Aí, meus “amigos” comunas desistiram do texto “para não dar razão ao inimigo principal”, que era a ditadura. Eu e Nelson éramos “inimigos secundários”, para usar a língua de Mao Tsé-tung. Isso é verdade e nunca contei aqui. Doeu, mas já passou.
Aí, o filme voltou a cartaz porque ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim; os generais ficaram com medo da repercussão internacional (imensa) e liberaram meu filme, baseado numa peça do “fascista pornô”. Mas a importância de Nelson continua subestimada.
Hoje, a “pornopolítica” tomou conta de tudo e Nelson é que tem fama de “pornográfico” ─ logo quem: um moralista que corava diante de um palavrão. Nelson é muito mais. Filho do jornalismo policial, formado nas delegacias sórdidas, vendo cadáveres de negros plásticos, metido no cotidiano “marrom” do jornal do pai, Nelson flagrou verdades imortais que estavam ali, no meio da rua, na nossa cara, e que ninguém via.
Consideram-no o maior dramaturgo do País, sem dúvida, mas não o colocam no pódio da literatura culta, ao lado de gente como Guimarães Rosa, por exemplo, que o irritava muito: “Jabor, diga-me pelo amor de Deus, qual a profundidade da frase “Viver é muito perigoso”?” Ou: “A gente morre para provar que viveu…?” Nelson implicava com a pose do Rosa.
Uma vez, ele me disse ao telefone que o “problema da literatura nacional é que nenhum escritor sabe bater um escanteio”. É luminoso.
Outra vez, ele falou: “Se Deus me perguntar se eu fiz alguma coisa que preste na vida, eu responderei a Deus: “Sim, Senhor, eu inventei o óbvio!”"
Sua literatura nos ensina o óbvio e isto é muito profundo numa literatura eivada de engajamentos “corretos” ou de intenções formais rocambolescas. Gilberto Freyre sacou sua “superficialidade profunda”, assim como André Maurois entendeu que a genialidade de Proust era justamente “a épica das irrelevâncias…” E isto é muito saudável, num país onde ninguém escreve um bilhete sem buscar a eternidade. Nelson é um escritor contemporâneo.
Até hoje, muita gente não entendeu que sua grandeza está justamente na sincronia com os detritos do cotidiano. A faxina que Nelson fez na prosa é semelhante à que João Cabral fez na poesia.
Nelson baniu as metáforas a pontapés “como ratazanas grávidas” e criou o que podemos chamar de antimetáforas feitas de banalidades condensadas. Suas comparações sempre nos remetem a um “mais concreto”. Shakespeare tinha isso, Cervantes, também. E algumas crônicas de Nelson são superiores a muitas peças.
Suas frases famosas jamais aspiravam ao “sublime”: “o torcedor rubro-negro sangra como um César apunhalado”, “a mulher dava gargalhadas de bruxa de disco infantil”, “em seu ódio ele dava arrancos de cachorro atropelado”, “seu peito se encheu de heroísmo como anúncio de fortificante”, “a bola seguia Didi com a fidelidade de uma cadelinha ao seu dono”, “a virtude é bonita, mas exala um tédio homicida; não acredito em honestidade sem acidez, sem dieta e sem úlcera”, “o sujeito vive roendo a própria solidão como uma rapadura”, “somos uns Narcisos às avessas que cuspimos na própria imagem”.
Ele me dava lições de arte e literatura: “Enquanto o Fluminense foi perfeito, não fez gol nenhum. A partir do momento em que o Fluminense deixou de ser tão elitista, tão Flaubert, os gols começaram a jorrar aos borbotões. E aí vem a grande verdade: “A obra-prima no futebol e na arte tem de ser imperfeita”. Isso. Contemporâneo e minimalista, via, como Oswald, que a poesia está nos fatos, no vatapá no outro e na dança – “o que estraga a obra de arte é a unidade”.
A lição política de Nelson é: o Brasil não se salvará com planos messiânicos ou ideias gerais de “epopeias de Cecil B. de Mille”, sejam elas epopeias operárias ou epopeias neoliberais.
Nelson, sem cultura política nenhuma, profetizou que os atos “indutivos”, as providências parciais eram muito mais importantes que generalidades utópicas e “dedutivas”. O “óbvio ululante” é limpar a casa e cuidar do detalhe, do enxugamento do Estado, “chupando a carótida dos chefes das estatais como tangerinas” quando se mostrarem ladrões ou favorecendo correligionários, como vemos todo dia.
Nossa opinião pública está muito mais informada hoje, mas ainda é precária e desinformada. Como ele dizia: “Consciência social de brasileiro é medo da polícia”. Até hoje

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dia Mundial do Meio Ambiente

Neste dia 05 de junho, comemorou-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Será que temos o que comemorar?
Cabreúva é um município 100% Área de Preservação Ambiental. Depois de criada, verificamos na prática que ela não serve para nada. O Conselho Gestor da APA, que tem representantes da cidade, além de Jundiaí e Cajamar, está dominado pelo setor público, que não quer tomar nenhuma atitude prática em defesa de nossa reserva de água. A cada dia, mais e mais loteamentos surgem, sejam residenciais, sejam industriais, como é o nosso caso, derrubando as matas, aterrando minas e nascentes, contribuindo para matar nossa reserva de água. E tudo sob os olhos cerrados da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Em Cabreúva, pouco ou nada é feito de efetivo por nossa riqueza natural. Parece ser a única preocupação da prefeitura local, conseguir o tão sonhado "Selo Verde", da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, aumentando, assim, a captação de recursos de dinheiro público. Por isso a timidez das ações práticas pela preservação e a transferência de culpa à população. Ou seja, só medidas demagógicas, que procuram iludir a população.
Alguns podem me achar pessimista, mas na verdade estou sendo realista. O pouco que esta sendo feito é insuficiente para parar e repor o que já foi destruído. E também porque, neste Dia Mundial do Meio Ambiente o que vemos é a hipocrisia e a mentira, pois nada de efetivo ou impactante é feito pela preservação ambiental. 
Garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coisa, que a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas definitivamente e, com isso, terminará a dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração predatória dos recursos disponíveis em determinadas áreas. 
A sustentabilidade do meio ambiente deve sempre ser a meta buscada por qualquer cidadão consciente, que sabe ser necessário o uso de recursos naturais para sobreviver. E isso é um fato que não admite contestação. Era isso que o poder público deveria ter a humildade necessária para aprender, nessa data tão oportuna, nesse Dia Mundial do Meio Ambiente.