quarta-feira, 29 de junho de 2011

Associação dos Amigos do Comércio de Cabreúva (A.A.C.C) "Uma nova força para o Comércio e o Turismo do nosso Centro Histórico"

Nós da Associação dos Amigos do Comércio de Cabreúva (AACC), juntos desde outubro de 2010, temos como objetivo buscar o desenvolvimento das atividades de comércio e turismo em Cabreúva.

Nossa filosofia é o trabalho, o comprometimento e o resgate do orgulho de morar e viver em Cabreúva, de ser cabreuvano. Para isso, é necessário ter qualidade de vida.

Resolvemos, então, contribuir para que isso possa acontecer. Queremos estar juntos no crescimento da cidade, mas nos preocupamos, também, com o desenvolvimento, que deve ser autosustentável e social, atingindo a todos.

Como primeiro passo nessa direção, estamos incentivando o segmento de artesanato, dando prioridade aos artesãos locais, numa parceria para a criação de um evento onde poderão expor e vender seus trabalhos, valorizando o que é nosso e, ao mesmo tempo, mudando a rotina do centro do município, oferecendo ao turista, que vem à Cabreúva, um atrativo, que esperamos, permanente. Assim, através da "1ª Feira de Artesanato", que contará também com a tradicional Banda São Roque, e o talentoso Núcleo Artes Físico de Teatro. Com essa contribuição, queremos resgatar a família na praça e mostrar a real vocação do centro da cidade de Cabreúva.

terça-feira, 21 de junho de 2011

É preciso se comprometer...


Revolução: do it!
por Jaqueline Defendi Rosa

para o Amnésia, em 17 de junho de 2010, pós audiência pública para discussão do orçamento do município de Cabreúva para o ano de 2012.

Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, aguenta

Prezados senhores,

Venho através deste apresentar a vossas senhorias meu profundo e incurável desagrado em relação a dois pensamentos: o de que nada do que fizermos fará diferença positiva na nossa realidade e o de que nada há para ser feito.

Se sujou, cai fora
Se dá pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora

Explico: o pessimismo conformado que nada muda, nada transforma, nada questiona, nada crê e nada tenta, para mim, só tem uma explicação: a de que o grau de satisfação com as circunstâncias está em algum lugar acima de cinco, numa escala de zero a dez. É satistatório. Está tudo bem.

Segundo: os estagnados, que sequer respirariam se não fossem biologicamente obrigados, não tem, de forma alguma, sob nenhum prisma, o direito de reclamarem. Esse direito cabe àqueles que trabalham para que algo aconteça, que reclamam, planejam, agem e transformam.

Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite

Posto isso, quero deixar clara duas verdades, observem bem, que me seduzem e me orientam. Verdade número um: nós, seres humanos, seres racionais e tecnicamente dotados de inteligência, somos os responsáveis pela construção do meio em que vivemos. Se a qualidade desse meio é ou não adequada, a culpa ou o mérito é nosso, que o construímos certo ou errado. Verdade número dois: a esperança é última que morre e, quando ela morrer, será fato consumado a morte de todos nós.

Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance

Somos os verdadeiros donos do poder. Se somos nós quem votamos, somos nós quem damos nosso poder a alguém, que contratamos um ou outro para nos representar. Dessa mesma forma, poderíamos nós demití-los ao fim do contrato. E isso é um fato. Se não estivermos satisfeitos com nosso vereador, nosso prefeito, nosso secretário, nossa domédtica, nossa professora de inglês, nosso motorista: vamos demitir. Por um mais interessado e competente no lugar. Ou vai dizer que você não mandaria às favas sua empregada se ela dormisse e/ou usasse seu telefone o dia todo ao invés de fazer a faxina??

Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre

Acredito que, do mesmo modo que podemos ensinar crianças a não jogarem papéis no chão e a não desperdiçarem água, podemos ensiná-las valores como ética, honra, respeito, justiça, honestidade. Com três anos meu irmão aprendeu o que era solidariedade. Repetia pra todo mundo. Mas ele não aprendeu sozinho: a família precisou ensinar. E é assim que funciona. Bons valores devem ser transmitidos.

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure


Cada um de nós, aprendi na igreja, tem uma missão. Gosto de pensar de a missão de todo mundo é partir e deixar para os que ficam um mundo um bocadinho melhor. Nem que seja só com a sua ausência.

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele

E, acima de tudo, nunca desistir, nunca se submeter. Nunca abaixar a cabeça perante uma injustiça, nunca calar perante o mal. O mal acontece graças ao silêncio dos bons! Não devemos permitir que nossa história seja escrita toda torta sem a nossa permissão. Não podemos conscentir que acabem com o nosso país nem nos fingir de cegos . Não podemos nos afastar de nossas responsabilidades, dos nossos deveres, das nossas obrigações.

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta!

Devemos nos livrar da praga antes que ela mate toda a plantação. Temos que cultivar o bem, os bons principios, a moral. Eu acredito que é possível construirmos, juntos, um bairro melhor, uma cidade melhor. Não sonho em mudar o mundo, mas em transformar o meu mundo! O meu cantinho, a minha rua, a do lado e a outra e a outra e a outra...

E, devagarzinho, um passinho de cada vez, podemos ir longe...

Jaqueline Defendi Rosa nasceu em vinte e três de outubro de mil novecentos e noventa e dois, sob signo de Escorpião e regência do ex-planeta Plutão, na cidade de Cabreúva, interior de São Paulo. É estudante de Jornalismo da Faculdade de Comunicação e Artes do CEUNSP e segunda secretária da Associação de Moradores do Vale Verde.
Escreve, entre outros lugares, no blog Amnésia http://amns2ia.blogspot.com/

domingo, 12 de junho de 2011

"A obra de arte tem de ser imperfeita"


TEXTO PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA TERÇA-FEIRA
por Arnaldo Jabor
Jornal "O Estado de São Paulo", terça-feira, 07 de junho de 2011 
Outro dia, o Nelson Rodrigues baixou em mim. De vez em quando, eu o psicografo. É impressionante como escrevo rápido quando o espírito de Nelson me toma. Escrevo com a liberdade de não ser “eu”. Talvez seja por isso que F. Pessoa inventou heterônimos para se sentir livre da cangalha do “eu”.
Muitos jovens me perguntam: “Afinal, quem foi o Nelson?”
Não sabem direito. Ficou apenas a vaga lenda de “pornográfico” ou até de “fascista” por ter puxado o saco do ditador Médici (lembram?) para tirar seu filho da prisão. Não conseguiu, mas ganhou a pecha “de direita” por ter criticado futuros mensaleiros e pelegos, os “marxistas de galinheiro”, como ele os chamava, pois intuiu claramente, na época, que a ideologia que “absolve e justifica os canalhas” era apenas o ópio dos intelectuais.
Eu mesmo sofri por causa dele. Em 1973, ousei filmar Toda Nudez Será Castigada e dei uma entrevista na Veja em que dizia que “fascismo é amplo: existe fascista de direita e de esquerda também”. Pra quê? Os patrulheiros ideológicos mandaram um manifesto ao Jornal do Brasil, onde me esculhambavam indiretamente, dizendo que o sucesso imenso que o filme fazia “não era a missão política do cinema novo”. Foi das grandes dores que senti, pois até amigos assinaram o maldito texto, que só não foi publicado porque, um dia antes, os generais tiraram o filme de cartaz, com soldados de metralhadora, levando as cópias dos cinemas porque, dizia o chefe da Censura: “Ele faz apologia do homossexualismo…”
Aí, meus “amigos” comunas desistiram do texto “para não dar razão ao inimigo principal”, que era a ditadura. Eu e Nelson éramos “inimigos secundários”, para usar a língua de Mao Tsé-tung. Isso é verdade e nunca contei aqui. Doeu, mas já passou.
Aí, o filme voltou a cartaz porque ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim; os generais ficaram com medo da repercussão internacional (imensa) e liberaram meu filme, baseado numa peça do “fascista pornô”. Mas a importância de Nelson continua subestimada.
Hoje, a “pornopolítica” tomou conta de tudo e Nelson é que tem fama de “pornográfico” ─ logo quem: um moralista que corava diante de um palavrão. Nelson é muito mais. Filho do jornalismo policial, formado nas delegacias sórdidas, vendo cadáveres de negros plásticos, metido no cotidiano “marrom” do jornal do pai, Nelson flagrou verdades imortais que estavam ali, no meio da rua, na nossa cara, e que ninguém via.
Consideram-no o maior dramaturgo do País, sem dúvida, mas não o colocam no pódio da literatura culta, ao lado de gente como Guimarães Rosa, por exemplo, que o irritava muito: “Jabor, diga-me pelo amor de Deus, qual a profundidade da frase “Viver é muito perigoso”?” Ou: “A gente morre para provar que viveu…?” Nelson implicava com a pose do Rosa.
Uma vez, ele me disse ao telefone que o “problema da literatura nacional é que nenhum escritor sabe bater um escanteio”. É luminoso.
Outra vez, ele falou: “Se Deus me perguntar se eu fiz alguma coisa que preste na vida, eu responderei a Deus: “Sim, Senhor, eu inventei o óbvio!”"
Sua literatura nos ensina o óbvio e isto é muito profundo numa literatura eivada de engajamentos “corretos” ou de intenções formais rocambolescas. Gilberto Freyre sacou sua “superficialidade profunda”, assim como André Maurois entendeu que a genialidade de Proust era justamente “a épica das irrelevâncias…” E isto é muito saudável, num país onde ninguém escreve um bilhete sem buscar a eternidade. Nelson é um escritor contemporâneo.
Até hoje, muita gente não entendeu que sua grandeza está justamente na sincronia com os detritos do cotidiano. A faxina que Nelson fez na prosa é semelhante à que João Cabral fez na poesia.
Nelson baniu as metáforas a pontapés “como ratazanas grávidas” e criou o que podemos chamar de antimetáforas feitas de banalidades condensadas. Suas comparações sempre nos remetem a um “mais concreto”. Shakespeare tinha isso, Cervantes, também. E algumas crônicas de Nelson são superiores a muitas peças.
Suas frases famosas jamais aspiravam ao “sublime”: “o torcedor rubro-negro sangra como um César apunhalado”, “a mulher dava gargalhadas de bruxa de disco infantil”, “em seu ódio ele dava arrancos de cachorro atropelado”, “seu peito se encheu de heroísmo como anúncio de fortificante”, “a bola seguia Didi com a fidelidade de uma cadelinha ao seu dono”, “a virtude é bonita, mas exala um tédio homicida; não acredito em honestidade sem acidez, sem dieta e sem úlcera”, “o sujeito vive roendo a própria solidão como uma rapadura”, “somos uns Narcisos às avessas que cuspimos na própria imagem”.
Ele me dava lições de arte e literatura: “Enquanto o Fluminense foi perfeito, não fez gol nenhum. A partir do momento em que o Fluminense deixou de ser tão elitista, tão Flaubert, os gols começaram a jorrar aos borbotões. E aí vem a grande verdade: “A obra-prima no futebol e na arte tem de ser imperfeita”. Isso. Contemporâneo e minimalista, via, como Oswald, que a poesia está nos fatos, no vatapá no outro e na dança – “o que estraga a obra de arte é a unidade”.
A lição política de Nelson é: o Brasil não se salvará com planos messiânicos ou ideias gerais de “epopeias de Cecil B. de Mille”, sejam elas epopeias operárias ou epopeias neoliberais.
Nelson, sem cultura política nenhuma, profetizou que os atos “indutivos”, as providências parciais eram muito mais importantes que generalidades utópicas e “dedutivas”. O “óbvio ululante” é limpar a casa e cuidar do detalhe, do enxugamento do Estado, “chupando a carótida dos chefes das estatais como tangerinas” quando se mostrarem ladrões ou favorecendo correligionários, como vemos todo dia.
Nossa opinião pública está muito mais informada hoje, mas ainda é precária e desinformada. Como ele dizia: “Consciência social de brasileiro é medo da polícia”. Até hoje

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dia Mundial do Meio Ambiente

Neste dia 05 de junho, comemorou-se o Dia Mundial do Meio Ambiente. Será que temos o que comemorar?
Cabreúva é um município 100% Área de Preservação Ambiental. Depois de criada, verificamos na prática que ela não serve para nada. O Conselho Gestor da APA, que tem representantes da cidade, além de Jundiaí e Cajamar, está dominado pelo setor público, que não quer tomar nenhuma atitude prática em defesa de nossa reserva de água. A cada dia, mais e mais loteamentos surgem, sejam residenciais, sejam industriais, como é o nosso caso, derrubando as matas, aterrando minas e nascentes, contribuindo para matar nossa reserva de água. E tudo sob os olhos cerrados da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Em Cabreúva, pouco ou nada é feito de efetivo por nossa riqueza natural. Parece ser a única preocupação da prefeitura local, conseguir o tão sonhado "Selo Verde", da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, aumentando, assim, a captação de recursos de dinheiro público. Por isso a timidez das ações práticas pela preservação e a transferência de culpa à população. Ou seja, só medidas demagógicas, que procuram iludir a população.
Alguns podem me achar pessimista, mas na verdade estou sendo realista. O pouco que esta sendo feito é insuficiente para parar e repor o que já foi destruído. E também porque, neste Dia Mundial do Meio Ambiente o que vemos é a hipocrisia e a mentira, pois nada de efetivo ou impactante é feito pela preservação ambiental. 
Garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coisa, que a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas definitivamente e, com isso, terminará a dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração predatória dos recursos disponíveis em determinadas áreas. 
A sustentabilidade do meio ambiente deve sempre ser a meta buscada por qualquer cidadão consciente, que sabe ser necessário o uso de recursos naturais para sobreviver. E isso é um fato que não admite contestação. Era isso que o poder público deveria ter a humildade necessária para aprender, nessa data tão oportuna, nesse Dia Mundial do Meio Ambiente.

sábado, 4 de junho de 2011

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Por Patrícia de Souza*

A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente as democracias têm muitas vozes exprimindo idéias e opiniões diferentes e até contrárias.

Segundo os teóricos da democracia, um debate livre e aberto resulta geralmente que seja considerada a melhor opção e tem mais probabilidades de evitar erros graves.

A democracia depende de uma sociedade civil educada e bem informada cujo acesso à informação lhe permite participar tão plenamente quanto possível na vida pública da sua sociedade e criticar funcionários do governo ou políticas insensatas e tirânicas. Os cidadãos e os seus representantes eleitos reconhecem que a democracia depende de acesso mais amplo possível a idéias, dados e opiniões não sujeitos a censura.

Para um povo livre governar a si mesmo, deve ser livre para se exprimir — aberta, pública e repetidamente; de forma oral ou escrita.

O princípio da liberdade de expressão deve ser protegido pela constituição de uma democracia, impedindo os ramos legislativo e executivo do governo de impor a censura.

A proteção da liberdade de expressão é um direito chamado negativo, exigindo simplesmente que o governo se abstenha de limitar a expressão, contrariamente à ação direta necessária para os chamados direitos afirmativos. Na sua maioria, as autoridades em uma democracia não se envolvem no conteúdo do discurso escrito ou falado na sociedade.

Os protestos servem para testar qualquer democracia — assim o direito a reunião pacífica é essencial e desempenha um papel fundamental na facilitação do uso da liberdade de expressão. Uma sociedade civil permite o debate vigoroso entre os que estão em profundo desacordo.

A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas não é absoluto, e não pode ser usado para justificar a violência, a difamação, a calúnia, a subversão ou a obscenidade. As democracias consolidadas geralmente requerem um alto grau de ameaça para justificar a proibição da liberdade de expressão que possa incitar à violência, a caluniar a reputação de outros, a derrubar um governo constitucional ou a promover um comportamento licencioso. A maioria das democracias também proíbe a expressão que incita ao ódio racial ou étnico.

O desafio para uma democracia é o equilíbrio: defender a liberdade de expressão e de reunião e ao mesmo tempo impedir o discurso que incita à violência, à intimidação ou à subversão.

 
*Patrícia de Souza é estudante, membro do Diretório Central dos Estudantes - DCE- Unianchieta Jundiaí. Escreve no Blog Patrícia de Souza http://www.patycidadania.blogspot.com/ "A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído a vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social” (Dalmo Dallari). ”