sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Um pacto por Cabreúva

A cidade não pode parar.
Não é mais possível adiar as soluções para que Cabreúva trilhe o caminho do crescimento de modo sustentável.
Os desentendimentos políticos não podem, de modo algum, impedir que nossa cidade fique parada no tempo, enquanto cidades menores e menos estruturadas avançam a passos largos, rumo ao futuro.
Oposição política deve existir. É saudável para o convívio democrático. Mas a oposição deve ser apenas isso: Política.
Ninguém, em sã consciência, faz oposição ao crescimento ou oposição ao desenvolvimento.
Necessária é a responsabilidade para que isso ocorra, sem sustos, sem sobressaltos. Pensando nessa responsabilidade, vem a idéia de um Pacto por Cabreúva.
Oposição e situação devem manter um diálogo, em que o assunto principal deve ser a Cabreúva que todos queremos.
Uma cidade que trilhe uma vocação econômica, que ainda não sabemos qual é, mas que pode se mostrar com idéias de ambos os lados políticos.
Precisamos deixar de lado as intrigas pessoais, as perseguições, os ódios que vem se mostrando nas pessoas que hoje usam o poder político ou que estão detentores do poder.
Lanço aqui, uma proposta de diálogo, sério, sem interesses pessoais, sem estar visando votos futuros de qualquer lado, mas com o objetivo comum de darmos estrutura para o desenvolvimento de Cabreúva.
Um diálogo franco e completo entre o Executivo e o Legislativo, sem mágoas pessoais ou partidárias, criando as condições necessárias a uma ampliação e aceleração do progresso social e econômico de nossa Cabreúva.
O entendimento das forças políticas, seja situação ou oposição ao atual governo municipal, deve passar necessariamente, pelo respeito mútuo entre os agentes políticos.
Mas não podemos nos esquecer da devida valorização e respeito que deve haver aos funcionários públicos que se dedicam, que se esforçam por nossa cidade. É o funcionalismo público municipal que mantém a máquina pública, o funcionamento das secretarias e departamentos, tendo em seus quadros, técnicos capacitados, que podem dar o respaldo a projetos de crescimento e desenvolvimento, sem cunho político. Um belo exemplo que a classe política devia seguir.
O Pacto por Cabreúva é simples: um projeto de conciliação, de entendimento, de diálogo franco e aberto. Juntar as forças do que a atual oposição tem de melhor, com o melhor da situação, e assim, achar um denominador comum para beneficiarmos a cidade e não nos beneficiarmos dela.
Não podemos transformar o dia a dia da cidade numa permanente campanha política.
A cidade nunca ganha com isso, só os políticos, ou pior: os politiqueiros!
Chegou o momento de nossos políticos mostrarem a sua grandeza, seu desprendimento, sua real vontade de ajudar a construir o futuro de nossa cidade.
A população não pode mais esperar. Chegou a hora de sermos maduros, sensatos e despidos de interesses pessoais.
Quem sabe assim, nossos votos não tenham sido em vão. Quem sabe, desta forma, saibamos o verdadeiro valor do nosso voto. 
Valor que até hoje não nos foi dada a chance de conhecer.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Espaço Aberto



ATENÇÃO LEITORES DO ‘CABREÚVA EM FOCO’:
Venho, através deste, parabenizar a PERSEVERANÇA do meu amigo Renato. Ele é um exemplo de certas virtudes que faltam a muita gente nos dias de hoje.
Se querem saber a verdade, quando passei a me interessar por política, principalmente a de Cabreúva (acreditem, nós costumamos dar mais valor a eleição presidencial do que com o que acontece no nosso próprio quintal), sequer idade pra votar eu tinha. Um dos grandes responsáveis por isso foi o Renato, com suas verdades, seus ideais e seu blog. Me converti a INTERESSADA, minha meta política para 2010 é me tornar uma cidadã ENGAJADA, ENVOLVIDA. 
Então, pus-me a pensar: se o Renato conseguiu, sem muito esforço, me converter a uma das poucas adolescentes que se interessam politicamente pela própria cidade, e país como um todo, que passou a dar valor às escolhas que devem ser feitas e que, mesmo sem título de eleitor, está preocupada em quem merecerá seu voto, nas próximas eleições, porque ele não conseguiria fazer o mesmo com dez, cem, mil pessoas?!
Sim, porque não a cidade TODA? Utópico demais?Ah, não pra uma adolescente. Dizem que a vantagem de ser adolescente é que tudo parece ser possível aos nossos olhos. Tudo tem solução, tudo pode acontecer. Sinceramente, se isso muda quando a gente cresce, vou me mudar para A Terra do Nunca.
Aproveito a oportunidade, Renato, pra me oferecer - dando continuidade ao meu último comentário - como uma de suas seguidoras. Valorizo muito o seu trabalho, a sua luta, e quero me disponibilizar pra ajudá-lo.
Sabe porque as formigas não morrem de fome no inverno?? Porque elas - VÁRIAS delas - ralam muito juntas no verão, pra todas poderem comer, depois, e sobreviverem. O que quero dizer? (Iiii, lá vem ela com esse clichê tosco do trabalho de formiguinha!!!) Quero dizer que, infelizmente, sozinho o Renato não pode ir muito longe. Nós, leitores, que acompanhamos seu trabalho, precisamos nos envolver com essa causa. E estou me voluntariando a isso.
Se cada um de nós, conseguir juntar mais uma ou duas pessoas para nossa - sim, NOSSA - causa, e cada uma delas, depois de um tempo, trazer mais uma ou duas... Gente! Tudo passa a evoluir. Com mais pessoas nos apoiando, envolvidas com a política cabreuvana, as coisas passam a acontecer.
É essa minha proposta Renato. Simplista demais, eu sei. Mas acho sinceramente que é o primeiro passo que devemos dar.
Porque, como escrevi uma vez, juntos somos mais; mais fortes, mais eficientes, mais poderosos.
Um beijo, da sua amiga,
Jaqueline Defendi Rosa.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ilusão e Esperança

Escutei por aí, de um grande político, uma linda definição do que ele considera a política: dar esperança!
Dar esperança de conhecer, através da educação. Dar esperança de viver, trazendo recursos à saúde. Dar esperança de continuidade, formando bons políticos. Assim, transferindo para nossa realidade cabreuvana, fiquei preocupado e triste.
Qual de nossos políticos pode, verdadeiramente, dar esperança a qualquer de nossos cidadãos?
Não quero ser cético nem profeta de um apocalipse, mas a dura realidade que temos que enfrentar em nossa Cabreúva, é a de que hoje, nossos cidadãos tem os políticos que merecem!
Essa forma vergonhosa de comportamento de alguns vereadores na Câmara Municipal é reflexo incondicional dos eleitores desses mesmos políticos, desses mesmos vereadores.
E assim a nossa sociedade paga o preço da falta de conhecimento do que um vereador pode fazer. E o vereador eleito, por sua vez, não sabe o que fazer em seu mandato.
São os votos trocados por promessas que nunca serão cumpridas. São os votos comprados por pessoas que se iludem por um emprego certo, por uma cesta básica.
Essas pessoas não dão esperança. São vendedores de ilusão. Por esse motivo, estão longe de ser políticos.
Da mesma forma que existem esses enganadores e os que se deixam enganar, existe um segmento que se diz organizado. A tal sociedade civil organizada.
Nunca, nesses anos todos que acompanho o trabalho legislativo, vi a manifestação, favorável ou contrária da dita sociedade civil organizada.
Onde estão os representantes das indústrias instaladas no município, que nunca foram levar um projeto para a apreciação dos vereadores?
Onde estão os representantes do comércio? 
Onde está a Associação dos Advogados, que na noite da primeira sessão ordinária de 2010, veriam as explanações ridículas de alguns legisladores sobre a Constituição Federal e a Lei Orgânica do Município, ou mesmo um nobre edil dizer que uma cidade deve esperar o final de ano para ver se deu lucro ou não, e aí sim fazer investimentos?
Onde estão os setenta e tantos ex-candidatos à uma vaga na Câmara de Vereadores?
Onde estão os representantes dos Conselhos Municipais? Onde está a população?
Cobramos muito dos nossos representantes legislativos nos bares, padarias, cabelereiros, nos churrascos de final de semana, porém não participamos das sessões na Câmara Municipal. Não falamos cara a cara com os vereadores. Não dizemos se sua atuação está boa ou ruim. Não fazemos valer nossa cidadania.
Não existe um grande culpado pela ineficiência de nossa história política. Cada um de nós, população, temos uma parcela, nem maior, nem menor, de culpa. O que muda é a seriedade e empenho de uns e de outros, é a forma de entender política de uns e de outros.
Enquanto a sociedade como um todo, não se organizar. Enquanto o Poder Executivo não deixar de aparelhar os Conselhos Municipais e as poucas Associações existentes em Cabreúva, nossa cidade não saberá o que é política. E assim, Cabreúva não saberá o que é esperança.
Viverá a ilusão que a própria cidade criou.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Política?



Parece que alguns políticos perderam, ou mesmo desconhecem o sentido da palavra político.
Talvez seja necessário antes de tudo, que relembremos tal sentido, buscando no velho Aurélio, a etimologia da palavra. Do grego politikós, pelo latim politicu, aquele que tem origem e compromissos com a polis (cidade). Embora venha da mesma estrutura linguística, mas não tão nobre, emerge a palavra politicagem. Bem, então que tal recorrermos novamente ao "pai dos burros” (como se caracterizou popularmente o tão útil dicionário)? Senão vejamos: politicagem é a visão estreita e mesquinha de advogar em interesses pessoais. 
Agora devidamente informados acerca do significado das palavras, vem a pergunta: Será que nossos eminentes representantes dos interesses legislativos têm conhecimento desses significados?
Na Grécia do século V a.C., certamente esse conhecimento era comum a quase todos. Obviamente, não estou aqui fazendo apologias ao "democrático" sistema social grego. Não coloquei as aspas por um acaso. Numa sociedade onde cerca de 90% eram escravos é, no mínimo, hipócrita, pensarmos em democracia. Contudo, o compromisso com os interesses da cidade (polis) era inquestionável. Em verdade, a célula mater  da sociedade grega era o Estado. Os cidadãos estavam comprometidos com valores que eram a essência da própria Paidéia (a grosso modo, a formação do homem grego). Platão (428-347 a.C.), por exemplo, pensava o seguinte acerca dos compromissos do cidadão com a polis: "a virtude é a coragem, e essa deveria ser o peito do Estado, isto é, os soldados ou guardiões da polis, pois sua alma de prata é imbuída de vontade". Entretanto, sabemos dos desgastes naturais dos pensamentos, afinal de contas, distamos vinte e cinco séculos de palavras tão grandiloquentes.
As épocas são outras, diriam os mais céticos. Mas, e a ética, ela é ou não atemporal?  Se pensarmos que são as condutas humanas que as caracteriza, ela de fato  é mutável. Contudo, se o seu lastro está sedimentado em regras da moral humana, essas em qualquer tempo e lugar determinam os valores éticos. Dessa forma, não se sustentam as justificativas de que as transformações das sociedades embasariam o processo “dinâmico” da ciência política, quando essa corrompe os valores morais.
Se beneficiar com direções dos ventos, esquecendo dos compromissos do cidadão com a pólis, parafraseando Platão, distoa da ideia primeva de que a política é feita de vontade. Vontade essa, que é a própria essência do Estado.
Sendo atores sociais, sabemos das necessidades transformadoras e salutares das sociedades. Paradigmas devem ser quebrados, mitos devem ser questionados – afinal de contas, não estaríamos aqui a lucubrar sobre nós mesmos, e sim queimados pelas hostes inquisitórias.
Sim, os tempos são outros, mas não de outrem. Não daqueles que acreditam que podem mudar de valores, como se isso fosse comum a uma sociedade contemporânea e descartável.
Não senhores legisladores, política não se faz assim. Falemos de política em português legível, e não em latim politicu, pois alguns, por vezes, confundem com cloaca, sujeira ou podridão.
Tenhamos cuidado com os sensacionalistas das “páginas amarelas” (de tablóides que se consideram formadores de opinião, entretanto e na realidade, são questionáveis), que, a exemplo das páginas amarelas das listas telefônicas, são apenas breviários de algo mais. Estejamos atentos, pois os tempos são outros e, ao que parece, a ética também.