quarta-feira, 18 de março de 2009

A voz ausente.

O Senador Pedro Simon (PMDB-RS) é a voz rouca e cansada da oposição ao governo Lula. Falando de ética e moral, é imbatível no Senado, onde falta ética e quase ninguém sabe o que é moral. Vai sozinho, pede apartes, discute, discursa, às vezes para um plenário vazio, mas sempre é ouvido.
Pedro Simon inspira respeito, transpira respeito. Todos o ouvem, mesmo quando fala sozinho, porque sua palavra tem peso. Seja o peso da fidelidade ao seu partido, seja o peso da responsabilidade para com seus eleitores, que o velho e solitário mestre faz questão de manter.
Nossos vereadores não devem saber quem é Pedro Simon ou o que ele representa para a política brasileira, e do Rio Grande do Sul, em particular.
Nossos vereadores não devem saber muita coisa.
Talvez não saibam o que é ética e o que é moral, nem que uma não vive sem a outra, e as duas devem fazer parte da política.
Nossos vereadores votam contra eles mesmos, contra as resoluções dos seus diretórios, e esses mesmos diretórios não pedem explicações, não punem, não sabem o que é anti-ético ou imoral.
Nossos vereadores constituem-se na Câmara, em situação e oposição ao governo Cláudio Giannini, e a oposição anda junto com o que determina a situação. Difícil de entender? Muito difícil, às vezes impossível entender.
O que falta aos nossos vereadores é uma tomada de posição. Uma definição clara e precisa de sua postura em relação ao seu mandato e aos seus eleitores.
O que falta aos nossos vereadores é respeito aos cidadãos. É respeito aos seus mandatos, às leis e à justiça.
Falta também, ética e moralidade aos nossos vereadores e aos políticos cabreuvanos, em geral.
Àqueles que caminham com a ética e com a moral, que não se vendem a promessas que nunca serão cumpridas ou não fazem promessas, mas o possível, mesmo sozinho, levantando-se e falando a ninguém, muitos ouvirão, porque é isso que hoje está faltando. Falta vida inteligente entre os nossos vereadores e à classe política como um todo, e nossa oposição na Câmara está acéfala.
Estamos ansiosos esperando que o vácuo deixado pela impertinência, arrogância e auto-suficiência se dissipe, e finalmente surja a voz que até agora esteve ausente.

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